Em um apartamento de quarto e sala no 8° andar de um apart-hotel em Copacabana, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro, Max Porto, 30 anos, e Francine Piaia, 25, buscam sossego. O casal, formado nas primeiras semanas do Big Brother Brasil 9, só agora leva uma vida de namorados pra valer – longe das câmeras, dos microfones e de milhões de olhares curiosos. Eles estão morando juntos há três semanas e abriram, com exclusividade para QUEM, as portas de sua casa e de sua vida em comum – o que inclui questões como o pagamento de contas, os afazeres domésticos e as intimidades que rolam entre quatro paredes. “Nossa relação é democrática, dividimos todas as despesas e tarefas”, diz Max, o agora milionário artista plástico, vencedor do programa.
O lugar não oferece nem de longe o espaço que eles tinham na casa do BBB9. “Isso aqui ainda é provisório”, afirma Francine. “Vamos alugar daqui a alguns meses um apartamento na Barra da Tijuca. Estamos neste flat por ser discreto e cômodo.” Por todo o apartamento há caixas de presentes enviadas por fãs. “Não fotografa a televisão, não. Ela é pequena e, aí, o que vai ter de gente mandando tela de plasma...”, pede Max. Não é exagero. Nas mais de 200 cartas que eles recebem por semana, há gente oferecendo de viagens a sofá novo. “Não temos ainda nossos móveis porque vamos esperar para comprar depois que acharmos uma casa. Mas tem fã que quer nos ajudar até nisso”, continua ele, mostrando as quatro caixas de vinho cabernet sauvignon e um conjunto de taças de cristal recebidos naquele dia.
No quarto, o armário de três portas e quatro gavetas é pequeno para tanta coisa. Daí, a decisão de assumir uma certa bagunça. Parte das roupas fica amontoada em malas abertas pelos cantos. Numa mesinha, um laptop divide espaço com miudezas. A seguir, o melhor do bate-papo com o casal por todos os cômodos da casa.
Enfim, sós: Max e Fran estão dividindo um quarto-e-sala em Copacabana
Enfim, a privacidade
Sim, eles dividem o mesmo edredom. Para dormir, Max veste a calça do pijama da Fran. “Ele fica fofinho, gostosinho”, elogia ela, que costuma usar roupas largas e divertidas, como este macacão rosa com estampa de vaca. “Max adora que eu durma com esta roupa”, diz ela. O casal conta que acorda junto, não antes de meio-dia. “É porque dormimos muito tarde, quase 4h da manhã”, afirma ela. Quem ronca? “Ele, mas é só às vezes.” Max controla o ar-condicionado, bem mais forte do que ela acha normal. “Ar-condicionado é coisa de Deus, ele inventou isso depois que criou o mundo”, brinca Max.
Nas primeiras semanas fora do programa, Francine achava que ainda havia câmeras os observando. “Mas a sensação já passou. Agora dá para falar sacanagem sabendo que minha mãe não está escutando”, diz ela. “É tudo muito recente. Agora é que a gente está sentindo que está namorando, com privacidade e confidencias”, afirma ele.
O banheiro da discórdia
É no banheiro que surge o ponto de discussão do casal. A pia, cheia de cremes e maquiagens dela, é alvo de críticas de ambos os lados. Max acusa-a de entupir o ralo com os cabelos que desprende do pente. Fran rebate, dizendo que o ralo entope quando ele faz a barba. “Você há de convir que pelo de barba desce com facilidade no ralo, mas cabelo grande, como o seu, fica preso pelo caminho”, diz ele, com a voz alta, como se estivesse brigando com ela.
Mesmo afirmando que não tiveram nenhuma grande discussão até hoje, eles relembram o dia em que Max saiu do banho e esqueceu a toalha em cima da cama. “Eu fui perguntar por que ele fez aquilo. Ele veio na boa, tirou a toalha e pronto. A gente não esquenta a cabeça com tampa do vaso levantada. Não temos crise por causa de rotinas domésticas. Não tem estresse, somos igualmente relaxados”, diz Fran. O problema de ocupar territórios não passa da porta do banheiro, segundo eles. “Uso até os xampus dela. Olha como meus cabelos estão bonitos”, diz Max, fazendo graça. “Mas quer saber? Ela molha muito o banheiro. Eu deixo lá. Seca sozinho”, continua ele. “Mentira! Ele nunca está satisfeito”, brinca Fran. “Daqui a pouco você vai falar que não teve nada de surpresa em mim. Nada te surpreendeu neste corpo? Diz!”, provoca ela. “Pronto, estamos tendo nossa primeira briga”, rebate Max. Ela continua, mais séria: “Não dá para falar que não brigamos. A gente tem desentendimentos normais. A gente dialoga depois e logo se entende. Estamos nos afinando ainda, estamos tendo que nos reinventar, viver essa fase a dois”, diz ela.
Com escolta
Eles ainda não fizeram juntos as compras do mês. Quem vai ao mercado é a assessora, Bruna Presmic. “Na lista, não pode faltar leite, pão, café e empada de frango de microondas”, diz Fran. “E frutas frescas”, lembra Max. Ir à praia, a algumas quadras de onde moram, nem pensar. É grande o assédio. Num final de semana, foram a um shopping, na Barra da Tijuca, comprar maquiagem e cílios postiços para Fran. A loja teve que fechar as portas por causa do tumulto provocado pelos fãs. “Tivemos que sair escoltados”, afirma ela. Para ir ao cinema, preferem as sessões noturnas. “Fomos duas vezes. A primeira, para ver Velozes e Furiosos 4. A outra, para ver Wolverine. Sugeri e a Fran topou”, diz Max, que dispensou os seguranças da TV Globo após o segundo dia fora do programa.
Disputa no videogame
O passatempo preferido do casal é o videogame, que fica instalado na mesma TV que o aparelho de DVD e a TV a cabo, na sala. Não há brigas pelo controle remoto. “Não tem essa, porque gostamos de coisas parecidas”, afirma Max. A discussão só surge quando há sangue no Street Fighter, seu jogo preferido. “Ele joga mais do que eu. Mas disputamos pra valer. E sabe que até ganho com frequência?”, diz ela. “Ah, sem exageros. Também não é assim. É só de vez em quando”, rebate ele.
Como a família da Fran é do Sul do país, da cidade de Rio Grande, fica difícil eles irem ao Rio para visitar os dois. Por isso, é Max, carioca, quem mais recebe os amigos e parentes em casa. É na sala também que eles leem juntos as cartas e e-mails que recebem. “São 10 mil e-mails diários para perguntar se já estamos separados. A gente dá risada das notas que saem. Como o Max diz, nada tira a nossa verdade”, afirma Fran. “A Fran foi a São Paulo resolver alguns problemas, e eu fiquei no Rio. Só isso já foi o suficiente para falarem de crise na relação. Se a gente viaja separado, é uma histeria absurda, o povo cria uma calamidade à toa”, reclama ele. “Meu povo, a gente tem GPS nos celulares, estamos cientes do que cada um está fazendo”, diverte-se Fran.
Despesas divididas
O projeto do casal é alugar um espaço maior, em alguns meses. Ele quer que o apartamento seja de três quartos, para que um sirva de oficina para seu artesanato de bonecos de argila. Já Fran, ex-professora de curso de modelagem para crianças, ainda não sabe que tipo de trabalho fará. “O quer vier é lucro”, diz ela, que em breve estampará nua a capa de uma revista masculina. “Me preocupo com o que o pessoal vai pensar da gente. O programa acabou, agora é a nossa vida. Temos o cuidado de informar aos fãs o que estamos fazendo, mas precisamos de paz. É preciso que respeitem isso: acabou o jogo, não somos artistas”, diz Max.
No quesito finanças, eles garantem que dividem as contas e dizem que ganham separadamente pela presença em eventos. “A divisão de contas é bem justa. Pagamos tudo igualmente. Estamos juntos porque a gente se gosta. Não estou aqui escorada nele, para ele pagar aluguel para mim”, diz Fran. “Não há interesse em dinheiro. Não nos permitiríamos uma relação de parasitar sobre outra pessoa”, afirma ela, que cobra, em média, 8 mil reais por evento. Max não sai de casa por menos de 12 mil. Se pensam em casamento? “Pensar em casamento, sim. Mas é uma conquista de cada vez. Estamos juntos só há três semanas. Existe, sim, a individualidade, mas a gente se acostumou a estar sempre junto. É uma baita vitória morarmos a dois”, diz Max.