domingo, 10 de janeiro de 2010

Fala Boninho!


"Acompanho absolutamente tudo", garante Boninho, o "Grande Irmão" por trás do BBB


Para alguns, ele é o “Big Boss”. Sem dúvida nenhuma, grande parte do sucesso do Big Brother Brasil deve ser creditada ao trabalho do diretor da atração, Boninho. Ele é o responsável por inovações que alavancam a audiência e deixam os brothers perdidos, e não tem medo de ousar, mesmo que algumas vezes isso dê errado. O resultado? Uma das maiores audiências da Globo, o maior faturamento da emissora e o reconhecimento de que, entre as diferentes versões do programa, a brasileira é referência de qualidade em todo o mundo.

Em entrevista exclusiva ao Babado, o diretor discorre sobre as razões do sucesso, revela que o início da primeira edição do reality foi o mais difícil, e conta que fica com o pay-per-view ligado 24 horas por dia quando o programa está no ar.

Babado: Após nove edições, por que o Big Brother ainda faz sucesso?

O BBB é o que é graças a uma grande equipe que me ajuda a desenvolver, a dar forma ao produto. A edição dinâmica, a forma como montamos as histórias, como encaramos o jogo. O produto tem seu diferencial de qualidade. Essa é a fórmula do programa e levamos isso com toda a dedicação possível.

Babado: Quais as diferenças entre as versões do exterior e a brasileira?

Existem mais de 20 versões diferentes, cada país faz a sua adaptação. A diferença é que o formato brasileiro funciona como referência no mundo todo.

Babado: Acompanha as versões dos outros países antes de preparar a brasileira?

Temos um blog especial onde todos os produtores publicam sua ideias e inovações. Mas procuro manter o nosso programa com a climatização que já fez dele um sucesso.

Babado: Mesmo com a diminuição gradual dos índices de audiência, o programa continua sendo o de maior faturamento da Globo. Por que acha que isso acontece?

Não participo de números, mas sei que o BBB é um produto importante para a Globo. Nosso formato tem uma resposta positiva dos clientes, por isso a continuidade das parcerias.

Babado: Inúmeros outros realities são lançados a cada temporada. Em sua opinião, por que não alcançam o mesmo sucesso que o BBB?

Particularmente gosto de vários “realities” e muitos funcionam muito bem na TV americana. A programação da TV brasileira é muito diferente, dominada por novelas e jornalismo. Provavelmente esse seja o fator principal das diferenças de audiência.

Babado: Analisando as nove edições anteriores, qual considera o melhor momento do programa, o momento inesquecível?

Cada um tem sua particularidade, gosto de todos e não gosto de muitas coisas em cada um deles.

Babado: Se arrepende de algo que tenha feito, em termos de seleção de participantes ou escolha de provas?

Erramos muito no primeiro, alguma coisa não estava dando certo, foi um sofrimento nas primeiras semanas. Mas aprendi que em televisão é possível reconhecer erros e mudar, então, da terceira semana em diante foi uma festa só. Depois disso já tomamos vários sustos, mas seguimos a mesma linha. Se tem algo ruim, mudamos.

Babado: Há algo que considere que deu muito errado, e não repetiria?

Praticamente nada, tudo pode ser alterado e voltar com uma nova cara.

Babado: Quantas horas trabalha por dia na fase de preparação do programa, e depois que ele entra no ar?

Já que são quase dez anos fazendo programa. O BBB já é uma rotina nos meses de janeiro a março. Preciso acompanhar absolutamente tudo para poder ter uma leitura clara do que acontece na casa. Passo o tempo que for preciso. Na realidade, não me desligo do BBB, fico como o paper-per-view ligado 24 horas quando o programa está no ar.

Babado: Todos os anos, vários sites e blogs são lançados para comentar o programa e torcer pelos participantes. Você consegue acompanhar esses canais?

Procuro vasculhar tudo no início e depois fico com os mais interessantes. É muito importante acompanhar esse movimento.

Babado: O BBB faria sucesso na época pré-internet ou é um fenômeno de nosso tempo?

O BBB faria sucesso em qualquer tempo, mas a internet é uma máquina potencializadora do formato.


O trabalho do diretor transformou a versão brasileira do reality em referência no mundo todo
(Babado)