Um Brinde a Amizade
LADO "B"
Uma trajetória comum entre os de dentro e os de fora do BBB
Foram 84 dias de confinamento para vocês, para nós foram 84 dias de noites mal dormidas, choros, alegrias, risadas, brigas, insônias e muito, mais muito papo entre janelas de halos dos mais diversos blogs e fóruns do Orkut. Nesses espaços virtuais construímos amigos, companheirismo, aprendemos, amadurecemos, e acima de tudo formamos uma família virtual, mas repleta de sentimentos reais e complexos.
Em apenas uma semana um grupo recolhido às limitações de uma vida de xepa, para quem tanto sonhou com as mordomias que a mansão do BBB pudesse oferecer ficar uma semana num “puxadinho” da casa grande foi surpreendente chato. Mas aí que nos enganamos, eles demonstraram uma vitalidade, alegria e força de vencer que nos contagiou e fizeram com que em apenas uma semana nós os escolhessem para a final que ainda faltava muito para chegar.
No primeiro paredão o baque! Dois dos nossos num paredão, que para nossa incrível sorte foi triplo, então tiramos aquele que não fazia parte da nossa “turma”. Até o apresentador ficou surpreso com nossa força, afinal, pela primeira vez em nove edições uma combinação de votos foi aceita e eliminamos nosso primeiro oponente! Uhu! Não é o público que tem o “poder”? Então vão ter que nos engolir!
Mas essa coragem de escolhermos o favorito logo de ‘cara’ trouxe um preço: a manipulação. Ficamos os dias seguintes reféns das armadilhas de “Zeus” e sua equipe de pedreiros de uma nova verdade do reality show. Motivo para tanta raiva? Escolhemos os favoritos na primeira semana. Hahaha. Porém, nos divertíamos com tamanhas loucuras que nossos eleitos aprontavam, quanto mais eram queimados, mais o amávamos!
O Lado B teve todos os ingredientes que uma grande narrativa exige: romance, intriga, amizade, tristeza, alegria, traição, enfim todos os sentimentos que prendem os mais ávidos leitores, neste caso: telespectadores. Grandes personagens, ricos em complexidade e emoções. Da xepa a final no Big Brother Brasil foi um grande percurso, e ele só foi possível graças a uma interação entre torcida e participantes. Enquanto elaboravam estratégias para formar paredões em que eles não fossem dizimados, nós fora das quatro linhas, sejam elas do monitor do computador ou televisão, calculávamos qual deveria ser eliminado, aquele que pouco prejudicaria nossos escolhidos. E assim o foi. De um grupo com sete participantes chegamos à final tripla. Diz aí? Também somos frios e calculistas, hein? Hahaha Mexe com quem tá quieto!
Dentro das nossas limitações fizemos tudo o poderia ser feito, protegemos os nossos, choramos com os nossos, gritamos com os nossos, pegamos no colo os nossos [mesmo diante do impossível], surtamos com os nossos. Era impressionante o quanto nos afetava cada posicionamento, atitude, olhar, caraca!, eram verdadeiras revoltas entre as quatro linhas do computador, o papo fervilhava dentro e fora da casa.
Quem não se lembra das vibrações de cada: beijo e suas diversas modalidades (selinho, esquimó, beijão, beijnho, beijo, com sabor de chantily, são tantas as formas e maneiras que passariamos mais 84 dias listando), declaração de sentimentos trocados, ato falho que demonstrava um sentimento que tanto tentou esconder [‘cês acham que não ouvimos chamarem-se de ‘amor’, os vários ‘te amo’ sussurrados, hahaha se é o BBB supersônico, nós temos audição supersônica], abraços que diziam mais que todas as palavras do mundo, olhares com uma cumplicidade ímpar nunca vista num programa de TV, amizades mais que leais e verdadeiras construídas e regadas a lágrimas, colos, sorrisos, brincadeiras, e sermões para a construção do caráter.
Já que falamos em beijos, para que o romance mais real e complicado que a TV presenciou fosse construído é necessário um texto suplementar, uma apêndice, porque se trata de uma história a parte do jogo, com direito a personagens que nem presença física tinha na casa, que o digam a superperfeitaex-noiva, a Barbie caótica, o Derrota e todos os 649 ex-namorados, que na verdade se resumem a 4 namorados. Um romance que começou num banho de bacia na pobre primeira semana e culminou em calientes amassos debaixo do edredom. Sem falar do pedido do namoro em rede nacional. Ui!
Mas as brigas deste casal abalavam a estrutura da casa, era impressionante como duas pessoas mexiam com toda a ordem da mansão. Todos os participantes do programa achavam-se no direito de se intrometer na relação, que teoricamente é feita a dois, mas na casa do BBB era feita de por todos os moradores. Isso porque não contamos os mais de 150 mil fãs que passavam horas, madrugadas a espera da reconciliação e suas intermináveis DR’s [que por sinal nunca davam em nada]. Vimos através da tela fria um sentimento sem agarras crescer, por mais que seus corpos o impelissem e negassem, mas o toque, o desejo, a vontade de estar junto era inevitável.
As dúvidas impostas pela inconstância de um jogo como pano de fundo, as armadilhas da produção, uma vida fora dos muros que já não é mais a mesma desde o dia que cruzaram a porta azul, são tantos os porquês, as perguntas, as respostas, os vídeos a serem vistos e analisados, familiares e amigos. Quanto a nós que tanto torcemos, também seremos ouvidos? Enfim espero que eles tenham contato conosco e vejam o quanto acreditamos neles, pessoas que nunca vimos ou tivemos o menos contato, mas fazem parte da nossa vida como qualquer amigo ou parente [não exagero em dizer isso]. Como fiz o refrão da trupe “O Teatro Mágico”: o teu afeto me afetou é fato. Nossa relação enquanto torcida se resume a esta frase.
Os últimos dias do programa têm tomado a todos que o acompanhou de uma melancolia e cansaço agonizante. A dor de não os acompanhar, de rir com as loucuras da fofura, de aprender com a maturidade do delicinha, admirar a sensualidade da mulher pomar, o colo da maternidade moderna da guerreira e do sempre presente amigão ruivo, que sensação de perda... sniiiiiiiiiiiif. Vir para o mundo real, sair da caverna como diria Platão, nos afasta...continuar na casa no faz próximos.
Sorte...amor...saúde...felicidade...é o que desejamos aos nossos...ao Lado B do BBB que abre em leque e defende em funil.
Texto:IRLA
Um brinde a amizade na
MOITA
Moita Mágica,
Moita Mística,
Nossa Moita!
Aos Amigos "antigos" e "novos"
Monica e Renata
